Sobre o Projeto

Arte e Velocidade é um Projeto de criatividade e solidariedade, idealizado e desenvolvido por Renault, Adhemar Cabral (AC Design) e Tânia Sciacco (Sciacco Studio).  

 

O suporte é um carro, com design baseado em um Fórmula 1, onde o artista pode pintar, colar, escrever, ousar, inovar e encantar. Pode ser desenvolvido individualmente ou em grupo.

 

A primeira edição foi apresentada no Salão do Automóvel e no GP Brasil 2018 com a participação de vinte artistas.

Nossos objetivos principais são: divulgar a arte, a história do automobilismo, promover ações que tragam inovação e beneficiar Instituições sociais através da renda de um leilão ou da doação de algumas peças diretamente para a Instituição. 

 

Acreditamos na educação, na arte, na cultura e no compartilhamento de conhecimento e informação. 

Você é fundamental para que possamos, juntos, alcançar mais pessoas a ter um novo olhar através da arte. 

Vem conosco? 

Exposição Salão do Automóvel

Exposição Autódromo de Interlagos

Renault realiza com êxito projeto com artistas plásticos

A interligação das artes plásticas brasileiras com o esporte automobilístico tem sido recorrente ao longo dos anos e com ótimos resultados para ambos os lados. Mantendo essa tradição, o projeto “Arte e Velocidade”, promovido no âmbito de uma ação social pela Renault do Brasil, superou as expectativas. “Muito bom constatar que o Instituto Renault, promotor do projeto, cumpriu com êxito mais uma de suas muitas atividades de responsabilidade social”, afirma Olivier Murguet, que quando ainda vivia no Brasil e era Presidente da Renault Região Américas foi o incentivador de primeira hora do projeto; hoje, no comando da direção mundial de Comércio do Grupo, está baseado em Paris, França. 

 

O “Arte e Velocidade” inseriu-se nos eventos previstos para 2018, quando a Renault comemorou 20 anos de atividade industrial Brasil. O projeto consistiu em solicitar a um grupo de vinte artistas que pintassem mini modelos de carros de Fórmula 1, cada um ao seu estilo. Os trabalhos produzidos participariam de um leilão eletrônico via web e o montante da arrecadação seria destinado a uma obra social. A fim de dar mais visibilidade ao leilão, as peças foram expostas no estande da Renault, no Salão do Automóvel de São Paulo, realizado no início de novembro. 

 

O leilão, que teve duração de um mês, arrecadou 31.500 Reais (em torno de 7.100 Euros) que foram entregues integralmente à Casa do Zezinho, uma associação educacional sem fins lucrativos, localizada em um bairro de periferia da cidade de São Paulo. Esta associação foi escolhida porque atua na área de educação de crianças e jovens de baixa renda, em situação de alta vulnerabilidade social. A Casa ministra cursos em diversas áreas, como saúde, gastronomia e preservação ambiental, bem como atividades esportivas; seu objetivo é transmitir alicerces a essa população carente para que eles se insiram na sociedade com alguma bagagem educacional e com mais confiança em si mesmos. 

 

Quem levou a primeira ideia do projeto à Renault no final de 2017 foi Tânia Sciacco, sócia-proprietária, com seu filho Daniel, do Sciacco Studio Escritório de Arte. Ela decidiu montar uma proposta baseada em carros de corrida e para o público em geral. Formalizou uma parceria com o artista plástico Adhemar Cabral e o projeto deslanchou. “As conversas entre nós e a Renault evoluíram rapidamente e o projeto tomou seu formato definitivo”, observa a curadora que tem, em seu portfólio, vários projetos exitosos de arte na rua.

 

Segundo ela, o resultado alcançado pelo “Arte e Velocidade” é de alto nível. “Pedir para artistas, acostumados a pintar em superfícies planas, a produzirem peças com volume e saliências em modelo reduzido de um carro de corrida, foi encarado como um desafio que eles, de imediato, demonstraram interesse em enfrentar. Além do mais, havia uma causa beneficente para reforçar a motivação”, acrescenta. 

 

A partir do aval da Renault, os mini-cockpits ganharam corpo e adquiriram plasticidade nos mais variados estilos e escalas de cores. A Comunicação da Região Américas conversou com quatro artistas de experiência internacional. Regina Helou, por exemplo, que reproduziu a história da Renault em círculos interligados, conta que dirigiu seu trabalho em duas vertentes: uma corporativa, onde apresentou vários logotipos utilizados pela empresa ao longo dos anos e outra esportiva, mostrando passagens diversas da Renault na F1.  

“Fazer esse trabalho foi uma experiência bem diferente e prazerosa para mim”, diz ela sugerindo que, pelo sucesso obtido, a Renault deveria repetir esse projeto nos próximos anos, espalhando as peças nas ruas da cidade para abranger um número muito maior de pessoas. 

 

Já o artista Otoni Gali Rosa, com uma vitalidade invejável aos 80 anos de idade e habitué de horas de ciclismo diário, transportou para o míni-cockpit Renault sua paixão por cavalos, associando a imagem deste seu animal preferido aos cavalos de potência dos motores da F1. Artista inquieto, sua ousadia é percebida logo que se entra em seu ateliê: na parede, um acrílico sobre tela quadrada de um metro, pintado seis anos atrás em contrastes de tons claro-escuros, mostra seu autorretrato nu, sentado de pernas cruzadas em uma cadeira de balanço; o olhar determinado e fixo para frente atrai inevitavelmente a atenção do visitante. Uma obra impactante, como as demais de seu acervo, centradas em corpos humanos nus em movimento. “Sou contestador por natureza. Minha arte está muito ligada à anatomia humana, ao gestual. Trabalho rápido e estou sempre improvisando, misturando técnicas. Minha intuição e minha inquietude é que me fazem aceitar um trabalho como o do cockpit da Renault, completamente diferente do que habitualmente faço”, avalia. 

 

Maramgoní, por sua vez, está entre os poucos artistas do projeto familiarizados com a F1. Ele explica que tem em seu acervo uma série de telas de carros de passeio antigos e uma outra de carros das escuderias e seus pilotos em diferentes temporadas. Para pintar o modelo miniaturizado, Maramgoní fez uma pesquisa dos carros emblemáticos da marca, conciliando passado e presente: de um lado, um carro antigo de corrida em preto e branco e, do outro, um carro atual, colorido. “Gostaram tanto que acabei pintando também um carro esportivo em tamanho natural”, destaca. Marangoní conta que seu interesse pela pintura começou aos 9 anos de idade e aos 15 já dava aulas. “Meu tema predileto sempre foi o de pintar metrópoles do mundo da forma como eram muitos anos atrás e como são hoje”, diz ele. 

 

A peculiaridade na vida de Adhemar Cabral e motivo de satisfação para ele é ter conseguido conciliar escritório, ateliê, oficinas de pintura e residência em um mesmo local, em um bairro distante 12km do centro da capital paulista, cedido a ele por um amigo de juventude. Trata-se de um conjunto de galpões de uma fábrica de tecidos que pertenceu aos avós do amigo e já há algum tempo desativados. Nesses imensos espaços, Cabral transita ora no escritório tomando decisões práticas do dia a dia com seus auxiliares, ora em outro galpão orientando os 30 funcionários do setor de pintura, ora criando, moldando e pintando meticulosamente suas peças no ateliê. Para chegar em casa, basta dar alguns passos para usufruir de um mobiliário moderno, destacando-se na sala, além de dois com bancos altos para cinco pessoas cada, uma tela de cinema de quatro metros de comprimento. “Esse é o meu mundo, onde posso receber amigos, criar e ser feliz com o que faço”, resume ele. 

 

Texto por Marinete Veloso